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A dengue é uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido para os seres humanos através da picada do inseto Aedes aegypti.

A doença pode acontecer em qualquer pessoa, independente da idade.

Em crianças, a dengue pode não causar sintomas, mas pode, também, provocar febre acima de 38 graus — podendo persistir por mais de três dias — fraqueza, recusa de alimentação e vômitos. No caso de crianças com idade mais avançada, os sintomas podem incluir dor de cabeça, ao redor dos olhos e no corpo (muscular e nas articulações), enquanto crianças abaixo de um ano podem apresentar choro constante e irritabilidade.

Em geral, a partir do terceiro dia de febre, podem surgir manchas na pele, avermelhadas e planas. Estas manchas raramente causam coceira, e são difusas no tórax, abdome, braços e pernas, descritas como rash cutâneo. Sintomas comuns a viroses respiratórias, como dor de garganta, tosse, coriza e nariz entupido, são raros, mas podem estar presentes na dengue.

Os sintomas duram cerca de 7 a 10 dias, sendo que a febre dura de 2 a 7 dias.

Exames necessários

O exame que identifica a dengue é o hemograma. Este exame mostra as três séries do sangue — parte vermelha, células de defesa e plaquetas. A constatação de alterações, juntamente com o quadro clínico, pode ajudar no diagnóstico. O resultado do hemograma sai em quatro horas na maior parte dos serviços de saúde de pronto atendimento.  

Quando procurar o médico

Quando a criança apresenta vômitos persistentes, não consegue tomar líquidos e demonstra pouca diurese, a família deve procurar imediatamente um serviço de saúde. Outros sinais de agravamento da dengue são a dor e o endurecimento da parede do abdome; o aparecimento de inchaço na face, nas pernas e abdome, e a dificuldade de respirar — sinais estes que sugerem que os vasos sanguíneos não estão conseguindo reter líquido dentro deles.

O aparecimento de sangramento nasal ou gengival, raios de sangue na urina, nas fezes ou nos vômitos, ou manchas roxas na pele, também são sinais de alerta, com provável alteração das plaquetas e outros fatores de coagulação. Se a criança apresentar distúrbios de consciência, como sonolência, letargia ou agitação psicomotora, a hipótese de sangramento dentro da cabeça deve ser cogitada. Todos estes sinais e sintomas podem aparecer a partir do terceiro dia ou quando cessar a febre. São todos indicativos de procura de atendimento médico de urgência.

Tratamento da dengue

A dengue hemorrágica, também chamada de dengue grave, ocorre quando aparecem os sinais e sintomas acima descritos. A criança pode apresentar sangramento e não ter a dengue grave, mas deve ser examinada por um médico o mais rápido possível.

A hidratação oral é o tratamento de escolha em caso de dengue não grave na criança. Devem ser oferecidos líquidos como água, chás, água de coco, sucos de fruta natural, soro de hidratação oral, em pequenas quantidades (meio a um copo de 200ml), várias vezes ao dia. Deve-se evitar refrigerantes.

Para alívio da febre, podem ser usados antitérmicos como dipirona ou paracetamol, na dose habitual para o peso da criança. O uso de anti-inflamatório, tal como ibuprofeno, aspirina, nimesulida, deve ser evitado, em decorrência do risco de sangramento. Vale ressaltar que não existe medicação específica para a dengue.

Já o tratamento da dengue grave, seja na criança, no adolescente, no adulto ou no idoso, deve ser sempre realizado em ambiente hospitalar, onde o paciente realizará, além do hemograma, outros exames laboratoriais e de imagem, e, principalmente, receberá hidratação venosa e outras medidas necessárias para corrigir e impedir a piora do quadro clínico.

A dengue grave, quando não tratada corretamente e em tempo, pode levar o paciente a óbito. Esta forma é mais rara em crianças, mas a atenção aos sintomas de agravamento e o rápido atendimento médico são fatores de prevenção de desfecho desfavorável.

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